Com informações do G1 Pará
O juiz Raimundo Moisés Alves Flexa, titular do 2º Tribunal do Júri da
Capital colheu nesta terça-feira (30) o depoimento do policial federal
Fernando Luiz da Silva Raiol, sobre suposto “fato novo” no caso Doroth
Stang, missonária assassinada em 2005, em Anapú, município de Altamira.
No depoimento, o policial inocenta Vitalmiro Moura, condenado a 30 anos
de prisão por ter sido mandante do assassinato da misisonária, e
Regivaldo Galvão, também condenado pela execução da religiosa, e alega
que os dois foram injustamente responsabilizados pelo crime.
Segundo o policial, teria existido consócio, não para matar a
missionária, mas, para os produtores protegerem seus lotes, e que um
delegado da Polícia Civil teria fornecido armamento para os posseiros. A
versão do depoente é de que o Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Incra) entregaria ao Projeto de Desenvolvimento
Sustentável (PDF), coordenado pela religiosa, a área de terra onde
estaria assentado Raifran da Neves, e este se sentia ameaçado por
Dorothy.
A audiência durou menos de uma hora, sob a presidência do juiz Raimundo
Flexa, que decidirá até amanhã o destino do conteúdo do depoimento.
Caso o juiz decida pelo indeferimento, a versão do policial será
arquivada.
A ação cautelar de de justificação do depoimento do agente federal foi
requerida por Arnaldo Lopes, advogado de defesa de Vitalmiro Moura.
Lopes explicou que o depoimento do policial, caso seja deferido, servirá
de elementos da revisão criminal que pretende ajuizar para anular a
condenação do fazendeiro. O mesmo pedido o advogado fez em relação ao
fazendeiro Regivaldo Galvão, sendo indeferido pelo juiz, já que o
fazendeiro está recorrendo ainda da sentença condenatória, em instância
superior.
Policial era "muito amigo" de missionária
Logo após a audiência o policial, que cumpre prisão domiciliar e recorre de sentença condenatória da Justiça Federal, por crimes de extorsão, cárcere privado e concussão, contou que se considerava “muito amigo” de Dorothy, por ter sido coordenador de sua segurança. Ele disse aos jornalistas que estava prestando esses esclarecimentos em memória da missionária, que sempre lutou por Justiça. Ele afirmou que à época teria procurado as autoridades para prestar essas informações e não fora ouvido.
Logo após a audiência o policial, que cumpre prisão domiciliar e recorre de sentença condenatória da Justiça Federal, por crimes de extorsão, cárcere privado e concussão, contou que se considerava “muito amigo” de Dorothy, por ter sido coordenador de sua segurança. Ele disse aos jornalistas que estava prestando esses esclarecimentos em memória da missionária, que sempre lutou por Justiça. Ele afirmou que à época teria procurado as autoridades para prestar essas informações e não fora ouvido.
Para o promotor de justiça Edson Souza, representante da Promotoria do
Júri, os fatos narrados pelo policial, “alguns conhecidos da Justiça”.
Souza considerou que o advogado de defesa dos fazendeiros procura criar
um fato novo para anexar à revisão criminal que pretende ingressar. Ele
disse que à época o agente, por ser um policial e conhecer “o tripé que
forma a justiça - Judiciário, Ministério Público e Advogados”, não
procurou as autoridades e só agora apresenta esses fatos.
Entenda o caso
A missionária foi executada atingida por seis tiros, em 13 de abril de 2005, em Anapú, município de Altamira. Dorothy vivia há 20 anos na região, atuando no trabalho com camponeses e na luta contra grileiros de terras.
A missionária foi executada atingida por seis tiros, em 13 de abril de 2005, em Anapú, município de Altamira. Dorothy vivia há 20 anos na região, atuando no trabalho com camponeses e na luta contra grileiros de terras.
Estão cumprindo sentença condenatória, confirmada em instancias
superiores: Raifran das Neves Sales, Clodoaldo Batista, Amair Feijoli
Cunha , e Vitalmiro Bastos de Moura. Regivaldo Pereira Galvão após ser
submetido a júri foi condenado e está recorrendo, em liberdade, da
sentença condenatória em instância superior.
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