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terça-feira, 17 de julho de 2012

Professores, uma classe abandonada pelo governo

E a greve continua...

A greve de professores das universidades e institutos federais completa dois meses nesta terça-feira (17) com a maior adesão já registrada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). Até a segunda-feira (16), 57 das 59 universidades estavam paradas, além dos 37 institutos e centros de educação tecnológica.

É mais que justo as reivindicações dos professores e técnicos administrativos. O governo nunca valorizou a classe docente, sempre alegando “inchaço” na folha de pagamento. Ora, quando se trata de dar reajuste aos servidores do executivo, sempre é a mesma desculpa.

Os outros poderes – legislativo e judiciário que tem seus orçamentos repassados pelo poder executivo - esnobam de dar reajustes e gratificações para seus servidores com índices que humilha os demais trabalhadores brasileiros.

Há pouco tempo atrás, a mídia divulgou supersalários pagos pela prefeitura de São Paulo à servidores de nível fundamental, a alegação dada pelo prefeito foi de que esses servidores com salários acima de 9 mil reais, tinham mais de 20 anos de serviços prestados. Se partir desse pressuposto, a maioria dos servidores do executivo possui muito mais tempo, e percebem salários vergonhosos.

O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino (Andes) divulgou uma análise preliminar na qual considera fracas as propostas apresentadas pelo governo federal aos professores das universidades e institutos federais em greve. Para o Andes, o plano do governo sequer repõe as perdas da inflação dos salários - a principal reivindicação é a reestruturação do plano de carreira docente.
  
Para o sindicato, "o governo faz um jogo de números maquiados e agrava a desestruturação, que já existe na carreira atual, consolidando-a em uma soma de distorções". Um exemplo, segundo o sindicato, são os valores nominais estabelecidos na remuneração por titulação, que não seguem nenhuma lógica e não é incorporada ao vencimento básico. "Os professores em regime de dedicação exclusiva não têm garantia de uma remuneração adequada e constantes, aponta Marinalva Oliveira, presidente do ANDES.

Perdas salariais

De acordo com o Andes, os valores nominais contidos na tabela tomam como base os salários de julho de 2010 e projeta, também em valores nominais, o que seria o resultado em 2015, omitindo toda a corrosão inflacionária do período, superior a 35%, de acordo com os cálculos do Comando Nacional de Greve, tomando como referência o ICV/Dieese, e uma projeção futura com base na média dos últimos 30 meses - são cinco anos de inflação que foram desconsiderados; o reajuste inclui os 4% do acordo assinado em agosto de 2011, que só foi cumprido em maio de 2012, retroativo a março deste ano.

Veja a análise do sindicato

E não esqueçamos que estamos no governo do PT, partido que priorizava (em campanha) os professores. É inaceitável que o governo não negocie com os sindicatos, é incabível que esse governo não dê prioridade a educação.

Este blog se solidariza com os professores universitários, embora reconheçamos que quem tem prejuízos são os alunos.

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