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terça-feira, 27 de abril de 2010

Caos no trânsito de Belém

A matéria a baixo foi publicada no jornal O Liberal, edição do dia 27/04, de autoria do amigo Amando Amarantes, que gentilmente cedida a este blog.

Através de nossa competente imprensa, escrita, falada e televisionada, acompanho as matérias sobre o “caos” em que se transformou o transito em nossa Capital e Região Metropolitana e os especialistas e responsáveis pelo assunto, ao serem questionados transferem a culpa pelo referido caos, ao crescente numero de carros que são adquiridos todos os meses e incluídos na frota que circula diariamente nas ruas de Belém.
Ao analisarmos as repostas dos mesmos, percebe-se uma grande transferência de responsabilidade e de competência (ou incompetência?), pois, se o cidadão conseguiu comprar um carro, novo ou usado, pode demonstrar que ele(cidadão) esta em processo de crescimento profissional, financeiro e fundamentalmente está propiciando a ele próprio e sua família uma condição melhor de conforto, alem de que, a economia nacional também é beneficiada, pois, a indústria automobilística, consegue “turbinar” pelo menos 30 segmentos econômicos, gerando mais impostos, empregos e dignidade aos brasileiros.
Essa grande quantidade de carros que entra todos os meses em nossa cidade, não pode e não deve ser “eleito” como o maior responsável pelo caos do transito, pois, é também (o caos), conseqüência da total falta de competência e de interesse de nossos gestores públicos em ambas as esferas, já que não conseguem disponibilizar ao cidadão transporte coletivo de qualidade, que alias, em nossa cidade chega a ser vergonhoso, expondo o usuário a todos os tipos de riscos que, sem opção, tem que fazer uso dos ônibus(ou sucatas) ai incluidos os "clandestinos" que circulam em nossa cidade e região metropolitana e ainda correm o risco de perderem seus empregos e serem assaltados. Espero que com o passar do tempo, o cidadão não seja responsabilizado pelo aumento do transporte clandestino.
Transferir responsabilidades, “artifício” criado pela gestão publica brasileira, é na verdade, reconhecer que são incapazes(gestores) de resolverem ou amenizarem o gravíssimo problema que a cada dia está aumentado e em breve, se algo de concreto não for feito, o transito em Belém simplesmente vai parar.
A malha viária de Belém data de pelos menos 100 anos, ou seja, nenhuma nova via de acesso/escoamento foi criada neste centenário e as poucas opções que foram “construídas” simplesmente não levam a lugar nenhum, como o elevado da Dr. Freitas, que acaba estreitando uma das pistas da Av. Almirante Barroso. Como mais exemplos da ineficiência e do desinteresse de nossos políticos e gestores públicos (respeitando-se as exceções) e do despreparo técnico dos nossos construtores, que deveriam ser responsabilizados juntamente com os gestores, cito o “buraco” do entroncamento, que, mesmo não sendo engenheiro, percebe-se que quem mandou construir e quem construiu, não estavam preocupados em resolverem o problema de nosso caotico transito, já que, sequer, priorizou o cidadão, o que demonstra que estavam a fim era de “se darem bem”, pois, “aquilo”, não pode ser chamado de complexo viário, a Av. João Paulo II, que esta em construção há pelos menos 12 anos e o trecho que ja está ""pronto", tambem não resolveu o constante engarrafamento da Alte. Barroso e a grande maioria de nossas ruas estão em precárias condições de trafegabilidade, muitas delas, oferecendo riscos para assaltos e outros tipos de crimes, o que podemos concluir que isso sim, é que contribui de forma decisiva para a "construção" do caotico transito de Belém do Pará.
Aliada a todas as deficiencias acima, Belém, apesar de ja ser uma metróple, não dispõe, sequer, de um terminal de integração, o que certamente, comprova o desinteresse, a incompetencia e a falta de responsabilidade com a coisa publica, por parte dos responsaveis pelo assunto, contribuindo também, para o permanente estado caótico de nosso trânsito, em virtude do elevado numero de onibus que entram todos os dias e todas as horas no centro da cidade.
Infelizmente, ao que parece, o Estado do Pará, vive à margem da lei e da responsabilidade, sem se preocupar com o bem estar comum.
Postado por Armando Amarante Filho
Mosqueiro - Pará

Um comentário:

nilton madureira junior disse...

Paulo, voce perdeu uma grande oportunidade de postar sobre esta assunto.
Lembra que em visita à Belém, eu falei para você sobre isto.