Frente a favor da divisão obteve mais de R$ 1,3 milhão em doações.
As duas frentes de apoio à divisão do estado do Pará para a criação de Tapajós e Carajás arrecadaram mais de R$ 1,3 milhão para a campanha. O valor arrecadado em prol da divisão corresponde a cinco vezes a receita obtida pelas frentes que defendem a manutenção do território paraense, que foi de R$ 236 mil.
O plebiscito que vai definir se os paraenses querem ou não o desmembramento do estado será realizado no dia 11 de dezembro.
Os dados sobre as prestações de contas foram divulgados nesta segunda-feira (21) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mais de 80% das contribuições para a campanha pró-desmembramento foram feitas por empresários do estado, que doaram R$ 1,1 milhão.
As empresas também foram responsáveis por maior parte das contribuições para o orçamento das frentes contrárias à divisão, mas em menor proporção. Foram R$ 150 mil, 63% do total, em doações de pessoas jurídicas.
A propaganda no rádio e na televisão, que começou no dia 11 de novembro, foi o principal destino dos recursos arrecadados pelas campanhas. A propaganda das frentes a favor da criação de Carajás e Tapajós, comandada pelo publicitário Duda Mendonça, gastou quase R$ 900 mil. A campanha contra a divisão empregou R$ 62 mil na propaganda de rádio e televisão. Outro gasto expressivo foi com materiais impressos, que custaram R$ 44 mil.
Prós e contras
De acordo com o deputado federal Giovanni Queiroz (PDT-PA), uma das lideranças da frente pró-Carajás, o trabalho de consultoria do publicitário foi uma doação à causa e o dinheiro foi usado para pagar a produção do material. Segundo o parlamentar, a alta arrecadação é fruto da "maior adesão" à tese de que o desmembramento vai significar melhorias para o Pará e para os dois eventuais novos estados.
"Não existe nenhum projeto que possa alavancar o desenvolvimento do Pará, que só pode vir por meio de desmembramento. O estado perdeu a capacidade até de custeio da máquina. Os exemplos de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul estimulam todos a buscar uma alternativa", disse Queiroz.
O abismo orçamentário que separa as duas campanhas não será determinante para o resultado do plebiscito, na avaliação do deputado federal Zenaldo Coutinho (PSDB-PA), da frente contra a criação de Carajás.
"O dinheiro não pode pesar no resultado. Está havendo multiplicação forte da consciência de que a separação trará danos e terríveis consequências. Estamos tratando de dividir pobreza e reproduzir miséria. Não se leva em conta a arrecadação e a melhora da qualidade de vida das pessoas", afirmou o deputado.
A prestação de contas final, em que as frentes informam os doadores, só terá de ser entregue em 10 de janeiro de 2012.
Com informações do G1
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