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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Plebiscito: Faculdade de Belém promoveu debate sobre a divisão do Pará

A Faculdade de Belém - FABEL promoveu na noite desta segunda feira (21), juntamente com sua comunidade acadêmica o debate sobre a divisão do Estado do Pará e criação de dois Estados: Tapajós e Carajás.
Estiveram presentes como convidados os defensores contra a divisão, deputado federal Arnaldo Jordy e o professor doutor Eduardo Costa. Pelo lado separatista do movimento Pró-Carajás e Pró-Tapajós o professor Célio Costa e o deputado estadual Pio X.
Professor Eduardo Costa, Dep. Arnaldo Jordy, Célio Costa e dep Pio X
O evento foi realizado na quadra de esportes da faculdade - Unidade I (Dom Bosco), e teve a participação maciça dos docentes e discentes da instituição. O debate teve início às 19h30h tendo como mediador o professor e jornalista Eduardo Marques.
Alunos e professores prestigiaram o debate
Os defensores da divisão, Célio Costa e Pio X expuseram os motivos pelo qual eles defendem a criação dos Estados do Carajás e Tapajós, os separatistas alegaram vários motivos para esse movimento, dentre eles de que com o desmembramento do Pará, todos têm a ganhar, citando como exemplo, o novo Estado do Tocantins que se desmembrou de Goiás. Célio Costa exemplificou ainda que o Pará com sua dimensão territorial, não tem controle sobre as reais necessidades do povo do sul do Pará, que não tem apoio do governo, considerando que a capital paraense fica muito distante daquela região, além dos recursos repassados pelo governo estadual são insuficientes para suprir as necessidades das pessoas que ali moram.

Pio X também expôs o porquê de sua preferência pela divisão, disse que todos ganham que o Pará não ficará prejudicado, pelo contrário, receberá mais recursos da União com o aumento do FPE – Fundo de Participação dos Estados, onde dos atuais 2 bilhões de reais que o Pará recebe para investir em todo o Estado, com a divisão, esse valor passaria para mais de 6 bilhões de reais, dando assim as três novas unidades federativas, mais condições e consequentemente, mais progresso. O deputado Pio X ao ouvir uma manifestação de um estudante que disse que quem quer dividir o Pará são pessoas de fora, que sequer nasceram aqui. O deputado em resposta disse que embora não seja natural do Pará se considera um, e possui filhos e netos que nasceram no Pará.


Já Arnaldo Jordy e Eduardo Costa, discordando se seus opositores mostraram que não é bem assim, pois o Brasil tem Estados de dimensões pequenas e nem por isso a pobreza e a miséria se fazem ausentes. Também “os contras” a divisão, explicaram aos estudantes presentes que não é dividindo que se chega ao progresso. Segundo Jordy a saída não é construir novos prédios públicos, nem criar novos deputados, senadores, prefeitos, etc., pois para se montar toda uma estrutura de capital até se adequar a realidade de uma unidade federativa seriam necessários bilhões de reais, dinheiro esse que poderia ser evitado o desperdício na crianção dos novos estados, quando o correto seria investimentos com a metade desse valor em prol de um único estado, deixando assim a União menos onerada, haja vista que ficaria responsável por anos pelas novas unidades federativas. Como exemplo, Jordy citou o Estado do Amapá, que em nada progrediu, pelo contrário é um Estado sem infra-estrutura e pobre.

Jordy ao responder uma pergunta de um aluno, com relação a uma colocação de Célio Costa, que disse que o Pará dividido embora com menor área terrotorial não ficaria mais pobre. O aluno que perguntou ao deputado Jordy, quis saber se procede essa justificativa, considerando que o Brasil possui vários Estado "pequenos" como Maranahão, Piauí, Amapá, Alagoas, dentre outros que são estados pobres. Em resposta, Jordy não concordou com seu opositor no debate, e reforçou a pergunta dizendo que não procede o exemplo dado por Célio costa.
 
Eduardo Costa durante seu pronunciamento, mostrou os dados que vão de encontro às justificativas de quem quer retalhar o Pará. Falando com muita propriedade, o professor e presidente do Conselho de Economia do Pará, defensor ferrenho do Pará grande, recebeu aplausos da platéia. Disse que os interesses pessoais de quem quer dividir o Pará se sobrepõe às necessidades do povo.
Após as manifestações das partes, os estudantes da Faculdade de Belém, fizeram várias perguntas aos membros da mesa.

Um fato curioso chamou atenção dos presentes, quando um acadêmico do curso de direito da FABEL, ao fazer uma pergunta ao senhor Célio Costa, representante do movimento a favor de Carajás, respondeu de forma indelicada ao aluno, fato que causou manifestação por parte de outros alunos que consideraram a atitude de Célio Costa uma afronta a instituições e um desrespeito aos acadêmicos, haja vista que por mais que o aluno tenha se equivocado na pergunta, não merecia como resposta ofensas irônicas por parte de quem tem o dever de explicar os reais motivos de querer se dividir um Estado. A atitude desrespeitosa do membro da mesa gerou manifestação de outros estudantes em solidariedade ao colega. Ressalta-se que fora esse fato isolado, o debate transcorreu de forma democrática.

No final, a maioria dos presentes saiu com a certeza de quem ninguém vai dividir o Pará.

Veja a galeria de fotos:

Dep Federal Arnaldo Jordy ao lado da professora Magda da Fabel,
conversando com estudantes
Professora Nachara, Eduardo Costa, professor Caio Brandão e
a professora Magda, coordenadora do curso de direito da Fabel










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