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sábado, 13 de abril de 2013

O Brasil não precisa mais de novos advogados?


Foto JusBrasil

As declarações do ministro da educação Aluízio Mercadante, ao dizer que o Brasil tem excesso de advogados, causou um mal-estar nos meios acadêmicos, principalmente, aos estudantes dos cursos de direito.

Talvez o ministro tenha tentado justificar a inércia e a omissão de sua pasta. O que o Ministério da Educação faz em prol da educação? Mercadante foi infeliz, pois demonstrou que o Brasil precisa de um povo alienado e ignorante. Ora, feliz a nação que tenha seu povo graduado, inteligente.

Para que um país cresça, não é necessariamente se exigir um curso específico, e sim, que seu povo seja aculturado. No passado, possuir somente o nível médio era o suficiente, e olhe que um percentual pequeno conseguia concluir o hoje conhecido segundo grau. Hoje o interesse do brasileiro aumentou, criaram novas faculdades, surgiram novas oportunidades às pessoas a entrarem numa instituição de ensino superior.

Hoje se Vê pessoas de todas as idades cursando uma universidade, e isso é bom, pois essas mesmas pessoas passam a ter um conhecimento mais amplo de seus direitos. É muito gratificante ver pessoas acima dos cinquenta anos de idade concluir seus cursos, mesmo que seja para satisfazer seu próprio ego. Recentemente, uma senhora com 75 anos de idade foi aprovada no exame da OAB.

Vale ressaltar, que muitos bacharéis em direito, não exercitam a profissão de advogado. Muitos buscam uma faculdade de direito para se qualificar no sentido de passar num concurso público nas mais diversas áreas, até porque, os concursos de hoje em dia exigem conhecimentos na área jurisdicional, como por exemplo, a carreira de delegado de polícia.

Portanto, as declarações do senhor ministro, só teve um objetivo, foi de aparecer na mídia. Suas palavras foram sem nexo, sem sentido e sem fundamento, foi uma ofensa àqueles que lutam para almejar a tão dificultosa graduação.

Alias, pergunta--se qual a finalidade do MEC? O que o Ministério da Educação faz em prol da educação. Ela fiscalizar essas faculdades? Não foi o próprio MEC que concedeu autorização para abertura de novas IES?

O óbvio é claro! O ministro Aluízio Mercadante deveria fazer seu papel de gestor maior na área da educação, deveria determinar seus súditos a fiscalizarem as universidades e faculdades de direito, em vez de ficar dizendo asneiras na mídia. Deveria se preocupar mais com a corrupção que assola este país, onde gestores públicos sangram os cofres públicos, tirando dinheiro da própria educação e da saúde em prol de benefícios próprios.

Não ministro, o senhor se equivocou, não precisamos somente de engenheiros, pois não é construindo edifício que se constrói uma nação, precisamos sim de mais advogados, precisamos de mais bacharéis em direito, precisamos mais de brasileiros que obtenham seus diplomas de curso superior. Isso sim, faz um povo inteligente e conhecedor de seus direitos.

Precisamos de novos advogados que defendam causas justas e não somente de causídicos com o objetivo de defender somente os políticos e gestores públicos que praticam crimes de “colarinho branco”.

O Brasil para continuar crescendo, não depende somente de engenheiros, o que o país precisa é de políticos honestos, que legislem em benefício da sociedade.

Se há excesso de advogados, há excesso de deputados, de senadores, principalmente os que se elegem somente com um objetivo, que é o enriquecimento ilícito.

Entendo que quanto mais um país tem seu povo ignorante, melhor para seu governante. Há excesso de advogado como há excesso de parlamentares que nada fazem para que o Brasil cresça ainda mais, pelo contrário, criam centenas e milhares de leis que em sua maioria não possuem eficácia na prática, sem contar às leis que os congressistas criam em benefícios próprios, leis como, por exemplo, o Projeto de Emenda Constitucional - PEC 37 que tira o poder do Ministério Público de investigar criminalmente aqueles que usurpam o erário público.

Fecha-se o MEC, faculdades de direito a OAB, e fecha-se o congresso, talvez assim, não teremos mais excesso de advogados.

Infelizmente o ministro da educação esqueceu o que diz a Constituição Federal Brasileira, no que diz respeito à educação. Esqueceu ele que é um dever do Estado dar educação de qualidade e gratuitamente ao seu povo.

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