Nem mesmo a ida do presidente Lula e da candidata Dilma Rousseff para comícios em Belém neste segundo turno melhorou o desempenho da governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, que concorre à reeleição. Certa de que vai perder as eleições de amanhã, ela começou a articular dentro do partido a sua indicação para concorrer a uma vaga ao Senado em uma possível segundo pleito que poderá ocorrer no estado com o cancelamento das candidaturas dos deputados Jáder Barbalho (PMDB-PA) e Paulo Rocha (PT-PA), atingidos pela Lei da Ficha Limpa.
Antes mesmo da votação deste domingo para definir o novo chefe do governo estadual, Ana Júlia e a direção estadual do PT dão mostras de que não acreditam na vitória da petista, segunda colocada nas pesquisas eleitorais, muitos pontos atrás do concorrente Simão Jatene, do PSDB.
PT e PMDB entrarão nos próximos dias com recurso na Justiça Eleitoral solicitando a realização de uma segunda eleição para definir o ocupante de uma das vagas ao Senado, já que Rocha e Barbalho obtiveram, juntos, 57% dos votos, mais da metade do total de eleitores que escolheram os outros dois concorrentes – Flexa Ribeiro (PSDB) e Marinor Brito (Psol). Nestes casos, a lei prevê uma segunda votação com a anulação dos votos dos concorrentes cassados pela Justiça. Se não conseguir se reeleger amanhã, o que é provável, Ana Julia concorreria novamente em dezembro no segundo pleito para o Senado.
Para conseguir esta reviravolta, a governadora terá que convencer o próprio partido a indicá-la. Ana Júlia está isolada politicamente dentro da própria corrente ideológica do PT, a Democracia Socialista (DS), e sem força para impor seu aos demais petistas. Outro nome do grupo politico é André Farias. A DS preferiu concentrar esforços para eleger dois deputados estauais e um federal do que fazer eforçopara releger Carepa.
Paulo Rocha, que lidera a maior tendência no estado, o Campo Majoritário, defende a indicação do deputado estadual eleito agora Waldir Ganzer, que foi parlamentar federal na década de 1990, ou Mário Cardozo, liderança estadual que disputou (e perdeu) uma vaga no Senado em 2006.
Depois da publicação do acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF) cancelando as candidaturas de Barbalho e Paulo Rocha atingidos pela Lei da Ficha Limpa porque renunciaram aos respectivos mandatos para escapar dos processos de cassação no Congresso, o TER paraense vai definir se haverá ou não a segunda disputa para o Senado. É nessa tábua de salvação que a governadora mantém as remotas esperanças.
Fonte: http://colunas.epoca.globo.com/comdilma/2010/10/30/descrente-na-reeleicao-ana-julia-articula-candidatura-ao-senado/
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