Páginas

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Belém, onde o futebol agoniza, ganha 'migalha' da CBF

O jornal Folha de São Paulo, traz uma matéria com o título nada vislumbrante ao povo paraense, o jornalista Martín Fernandez, autor da reportagem, mostra a verdadeira realidade dos fatos, isto é, depois da grande decepção de Belém ter ficado de fora das sedes para a Copa de 2014, perdendo para Manaus, a CBF resolveu compensar o povo do Pará com esse jogo da seleção brasileira.

Leia a matéria na íntegra 

Belém, onde o futebol agoniza, ganha 'migalha' da CBF

Brasil e Argentina se enfrentam amanhã à noite, com seleções de atletas locais, em um dos palcos mais abandonados do futebol brasileiro.

O jogo vale a simbólica taça Superclássico das Américas, reedição da Copa Roca, disputada entre 1914 e 1976.

Para o público local, uma rara oportunidade de ver a elite do futebol brasileiro de perto ainda que sem os atletas que atuam na Europa.

Ontem, cerca de 25 mil pessoas pagaram um quilo de alimento não perecível para ver a seleção fazer um treino leve. Houve gritaria dos fãs cada vez que Neymar e Ronaldinho tocavam na bola.

O pouco uso do Mangueirão, palco da partida de amanhã com capacidade para 65 mil pessoas, é um retrato do que ocorre no futebol com o Norte do país em geral e com o Pará em particular.

A região é a única do Brasil a não ter clubes nas Séries A e B do Brasileiro de 2011. Não tem um representante na primeira divisão desde 2005, quando o Paysandu foi rebaixado. Não vê um clássico estadual na elite desde 1994, quando Remo e Paysandu jogaram juntos entre os melhores do país pela última vez.

O retrospecto na Copa do Brasil também é ruim.

O melhor resultado foi do Remo, em 1991, quando o time chegou às semifinais.

É longa a má fase dos maiores clubes do Pará.

O Paysandu tenta voltar à Série B em 2012, o Remo não conseguiu vaga nem na Série D e só volta a jogar no ano que vem, pelo Paraense.

Tal situação levou os clubes a abandonar o Mangueirão, considerado caro a manutenção da arena custa cerca de R$ 100 mil por mês.

Em 2011, o estádio só encheu para um evento de uma igreja evangélica. Deve encher de novo amanhã, e só voltará a abrigar jogos de futebol no ano que vem.

A escolha por Belém se deu para compensar o fato de ela ter sido excluída da Copa-14 Manaus, com menos tradição no futebol, será a sede amazônica do Mundial.

A cidade tenta agora se transformar em anfitriã dos treinos de alguma seleção durante a Copa a ser no país.

A turnê da compensação para as cidades excluídas da Copa já passou por Goiânia, onde a seleção empatou (0 a 0) com a Holanda, em junho.

E, a partir do ano que vem, deve passar por outras cidades em situação semelhante, como Florianópolis, Vitória, Cuiabá e Rio Branco.

Para receber o duelo entre Brasil e Argentina, o governo do Pará gastou R$ 2 milhões em reformas no estádio, inaugurado em 1978 e reformado pela primeira vez em 2002.

Folha.com

Nenhum comentário: