Senado muda sistema de verba para passagem aérea e abre brecha para notas frias
Em novo modelo, Casa transfere aos senadores a compra dos bilhetes para, depois, serem reembolsados; antes, pedido era feito a uma só empresa
O Boletim Administrativo do Senado publicou nesta sexta-feira, 3, ato do primeiro-secretário, Cícero Lucena (PSDB-PB), sobre a decisão de juntar o valor da verba indenizatória devida a cada um dos 81 senadores, de até R$ 15 mil mensais, à verba de transporte aéreo. Adotada pela Mesa Diretora na última quinta-feira de maio, a medida transfere para o parlamentar a decisão de comprar os bilhetes aéreos, podendo eles optarem por tarifas promocionais. Os gastos dos senadores serão reembolsados pelo Senado.
O ato abre brechas para apresentação de notas fiscais frias, ao especificar que o exame da documentação se restringirá "à regularidade fiscal e contábil, não compreendendo qualquer avaliação quanto à observância de normas eleitorais, tipicidade ou ilicitude". Quer dizer que passará despercebido o caso de notas emitidas por empresas de fachada ou com numeração seguida. No período eleitoral, a proibição do uso de dinheiro público, prevista no ato, refere-se apenas à divulgação da atividade parlamentar nos 180 dias anteriores às eleições gerais e municipais. E não abrange o deslocamento do político para fins de campanha, bancado pelo dinheiro da cota.
O valor mensal da cota de transporte aéreo corresponde a cinco trechos aéreos, ida e volta, da capital de seu Estado a Brasília. Os senadores do Distrito Federal têm direito ao valor concedido aos parlamentares de Goiás. Lucena informa que o procedimento repete o sistema adotado na Câmara dos Deputados. Até então, os senadores tinham de recorrer à empresa Sphaera, contratada pelo Senado, para tirar as passagens. Eles se queixaram do procedimento, alegando que a empresa optava pelos bilhete mais caros, o que inviabilizava a oportunidade de voar mais vezes com o dinheiro da cota.
Os recursos da chamada Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar dos Senadores (Ceaps) - soma da verba indenizatória e da cota de viagem - poderão ser usados pelo parlamentar ou por servidores comissionados e efetivos lotados em seus gabinetes para viagens aéreas, aquáticas e terrestres nacionais.
As despesas reembolsadas serão divulgadas no Portal da Transparência, mas não as notas fiscais, o que poderá alimentar a suspeita de desvio desses recursos para outros fins que não os previstos pelo ato.
Por Rosa Costa, da Agência Estado
Parabens mais uma vez aos representantes dos estados brasileiro pela iniciativa e por legislarem em defesa de seus próprios interesses, vocês senadores realmente precisam ter um padrão de vida que diferencie dos demais cidadãos brasileiros que pagam excessivos impostos para alimentar e dar vantagens financeiras aos políticos do nosso Brasil
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