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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Valores doados para a campanha de Dilma

Quando uma empresa doa dinheiro à um candidato, certamente se o mesmo for eleito, essa empresa lucrará ainda mais. Afinal, ninguém dá dinheiro com uma mão que não estenda a outra em troca. Na verdade, essas "doações" são como se fossem uma pequena devolução dos recursos recebidos



Doze empreiteiras e construtoras que doaram para a campanha da presidente eleita Dilma Rousseff (PT) são fornecedoras do governo federal. Só em 2010, receberam, por ora, R$ 1,247 bilhão. Juntas, doaram R$ 28,4 milhões ao comitê da petista ou ao seu partido.

Nenhum outro setor econômico recebe tanto dinheiro do governo federal. Isso dá pistas da razão pela qual o segmento de construção foi o que mais contribuiu para a campanha de Dilma. Foi responsável por um em cada quatro reais que entraram nas contas do comitê.

A Construtora Andrade Gutierrez, por exemplo, doou R$ 5,1 milhões ao Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República, administrado pelo PT. Recebeu, apenas em 2010, R$ 391 milhões do governo federal, principalmente pelas obras da Ferrovia Norte-Sul.

A Camargo Corrêa doou R$ 8 milhões à campanha de Dilma. Recebeu até hoje R$ 99 milhões do governo federal, pela construção da Norte-Sul e por obras de irrigação. Tem mais a receber, como pelas eclusas da usina hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, inauguradas esta semana por Lula e Dilma.

Outro grupo que fez doações expressivas à campanha vencedora foi o Queiroz Galvão. Doou R$ 2 milhões. Recebeu, em 2010, R$ 206 milhões do governo federal, por obras rodoviárias, de irrigação e pela Ferrovia Norte-Sul.

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Já a Galvão Engenharia, que pertence a um grupo de sócios que dividem o mesmo sobrenome que a Queiroz Galvão, também aportou R$ 2 milhões na campanha da petista. As verbas federais recebidas até novembro pela empresa somam R$ 162 milhões, por obras rodoviárias. Todas as doações são legais e registradas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Não há, necessariamente, relação de causa e efeito entre doações e recebimento de verbas públicas. O levantamento prova apenas que as doadoras têm interesse financeiro em manter boa relação com o futuro presidente, seja ele quem for.
Fonte: Portal R7 Notícias

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