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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Anajás (PA) tem quase metade da população com casos de malária

          A cidade de Anajás está no coração da ilha de Marajó, tem 25 mil habitantes e 10 mil casos de malária só na primeira metade do ano. É quase impossível encontrar alguém que não tenha sido contaminado, pelo menos, uma vez.
          A cidade foi construída em cima de um imenso criadouro de mosquitos. Toda a área alagada é foco do mosquito. Todas as casas têm palafitas, uma passarela suspensa ajuda as pessoas a caminhar.
         As autoridades municipais alegam que não podem fazer mais do que já fazem. “Quando você comprova que é malária, a única medicação é a primaquina e a quinina. São medicamentos que normalmente estão faltando no município. Não tem o remédio no município”, informa a diretora do Hospital de Anajás, Marilândia Lucena. “A gente só está fazendo o tratamento alternativo que é só com a quinina”.
          O Ministério da Saúde reconhece que faltou remédio durante uma quinzena. “Faltou, porque o produtor do medicamento que é a Farmaguinhos da Fiocruz teve um atraso na chegada da matéria-prima que vem da China. Então, houve esse atraso na entrega e atraso na produção”, explica José Lázaro de Brito Ladislau, do Programa Nacional de Controle da Malária.
          No ano passado, em mais de 300 mil casos, houve menos de 100 mortes por malária no Brasil. Traço estatístico ou tragédia humanitária? “Para mim, é terrível. Não consigo aceitar isso. Para mim, era para morrer zero. Salvar uma vida é salvar a humanidade. Portanto, perder uma vida é perder a humanidade”, declara o Dr. José Maria de Souza, do Instituto Evandro Chagas.
          A população de Anajás sofre, pois a malária mata, maltrata e ameaça o futuro de milhares de brasileiros. O grande índice de pessoas infectadas é alarmante, quase a metade da população tem malária, são dados tristes, onde o poder público deveria, e com urgência dá prioridade a essa gente. Por mais "desculpas" que as autoridades tentam justificar, não se pode ficar assistindo aquele povo sofrer, são crianças, idosos, mulheres gestantes, enfim, ninguém está imune. Não é só o governo federal que tem a obrigação de ajudar as pessoas de Anajás, o governo estadual também tem sua responsabilidade, onde atráves da secretaria de saúde, deveria enviar para lá técnicos que possam pelo menos tentar erradicar o mosquito transmissor.
É uma vergonha que em pleno século XXI, ainda presenciamos coisas desse tipo.

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